net-palmas-olhos-que-condenam

Olhos que condenam: culpados em um piscar de olhos

O ano é 1989 e cinco adolescentes do Harlem são acusados, condenados e presos por um crime que foram forçados a confessar. Num primeiro momento, sem direito a presença de advogados ou dos próprios pais durante os interrogatórios, os cinco são coagidos por detetives que os obrigaram a se inserir numa cena de estupro de uma mulher branca que estava correndo no Central Park no dia 19 de abril.

“- Por que nos tratam assim?
– De que outra maneira nos tratariam?”

Pelo peso do diálogo podemos perceber que não é fácil ser negro. A história dos Cinco meninos do Central Park é verídica, dolorida e precisa ser conhecida pelo maior número de pessoas, já que se trata do maior erro do sistema judiciário da história do Estados Unidos.

Tudo começa em 19 de abril de 1989 no Central Park, na cidade de Nova Iorque. Quatro jovens estão em um grupo maior, fazendo alvoroço pelo parque, a famosa “perturbação da ordem”. Em outro ponto do parque, no mesmo dia, uma mulher branca é estuprada e espancada. Algum tempo depois ela é encontrada, desacordada e a polícia começa a procura pelo agressor.

A essa altura, qualquer homem nas imediações é considerado culpado, até que se prove o contrário. É nesse momento que os quatro adolecentes, todos com menos de 16 anos, aqueles da bagunça, são pegos pela polícia, suspeitos de serem os agressores. Junto deles, mesmo sem ter participado da arruaça, um jovem de 16 anos, segue junto ao grupo para acompanhar um amigo que estava sendo detido. Cinco jovens são encaminhados para a delegacia e veem seu mundo desmoronar em um piscar de olhos.

Começa aí o drama de Antron McCray (Caleel Harris), Yuseff Salaam (Ethan Herisse), Raymond Santana (Marquis Rodriguez) e Kevin Richardson (Asante Blackk) e Korey Wise (Jharrel Jerome). Na delegacia eles são injustamente acusados de estupro e agressão pela promotora Linda Fairstein, que cria uma narrativa para o crime, mesmo sem indícios ou provas que levem à participação dos meninos. Ela tem certeza que os garotos, mesmo sem se conhecerem, praticaram juntos o abuso sexual. E a partir daí, faz com que os detetives arranquem dos menores a confissão, sem a presença da família ou de um advogado, da agressão e estupro de Patricia Meili (Alexandra Temper).

Pronto, você deve estar se perguntando “mas pra que assistir a série se ela deu spoiler?”. Não, isso não é um spoiler, isso é vida real, isso aconteceu e até hoje assombra as pessoas envolvidas, principalmente os 5 inocentes que foram acusados, condenados e presos injustamente por um crime que não cometeram. O perdão da pena só veio em 2002, quando o verdadeiro estuprador, Matias Reyes, confessou o crime contra Patricia e mais quatro mulheres. Matias cumpria pena de 40 anos de prisão por ser um estuprador em série. A confirmação foi por exames de DNA.

Os meninos do central parque receberam indenização do Estado de NY, como se a compensação financeira trouxesse a adolescência de volta, ou os anos perdidos longe da família ou das coisas que gostavam de fazer aqui fora. Mesmo depois de serem soltos, mesmo depois da cassação da punição, o estrago já estava feito, a juventude deles já estava perdida por causa de uma falsa verdade.

Em entrevista a apresentadora Oprah Winfrey, um dos rapazes, Kevin Richardson, disse que assistir a série é “…doloroso mas necessário. Isso precisa ser visto.”

Outro deles, Antron McCray diz que a série não lhe trouxe redenção, que ainda dói muito ver e falar sobre isso, que algo foi quebrado e não pode ser consertado. Além de guardar mágoa do pai até hoje, pois ele o fez confessar por um crime que não havia cometido.

A vida da promotora Linda Fairstein teve uma reviravolta depois do lançamento da minissérie, 30 anos depois, até então ela vivia uma vida normal. Se consagrou como escritora de romances policiais, fazia parte de conselhos deliberativos e era a queridinha de uma editora de livros, a Penguin Random House.

Já a procuradora Elizabeth Lederer, dava aula na Universidade de Columbia até o lançamento da minissérie na Netflix, quando uma semana depois anunciou seu desligamento, motivada pelo pedido da Associação de alunos negros da Universidade.

Os quatro episódios da minissérie serviram para abrir a mente da sociedade e promover um debate sobre a invisibilidade da populacão negra. Os jovens negros no mundo são os que mais morrem e os que mais são encarcerados em todo sistema judiciário. A intenção da cineasta, Ava DuVernay, era criar esse debate, como ela mesma disse no especial When they see us now com Oprah Winfrey: “O objetivo era criar algo que realmente movesse as pessoas e as fizesse avaliar o que elas pensam e como elas se comportam no mundo.” A minissérie é minuciosa, e cada cena foi pensada cuidadosamente pela cineasta Ava DuVernay, tanto que em uma das seqüências podemos observar Donald Trump, empresário do ramo imobiliário, dizer em uma entrevista “Pode acreditar quando digo que odeio as pessoas que pegaram essa menina e a estupraram brutalmente”.

A NET Palmas possui ótimos planos de TV por assinatura, e se você quer assistir séries, filmes, documentários e programas, assine um NET COMBO agora mesmo. Temos certeza que tem um combo perfeito pra você. E assinando os planos TOP 4K ou TOP 4K Premium você acessa a NETFLIX direto na sua TV, com o mesmo controle remoto do decodificador da NET.

Neste mês de julho de 2019 temos ofertas incríveis!

Você pode entrar em contato conosco via: Telefone, CHAT ou solicitar que a nossa equipe te ligue.

Não perca essa oportunidade, vem pro mundo dos NET’s.